Tal precaução é necessária, porém ignorada por alguns profissionais da saúde, que, em desrespeito aos princípios éticos e morais, ultrapassam a barreira do permitido pelos órgãos de classe, bem como os impostos pela sociedade, além do direito de intimidade.
Por essa razão, o controle deve ser de cooperação entre os profissionais, bem como de respeito com seus pacientes, seja na área médica ou odontológica.
Porém, em muitos casos, pela necessidade de auto promoção, tais barreiras são extrapoladas e tendem a ridicularizar médicos e odontólogos em toda a sua categoria. Por atitudes infantis ou precipitadas, na ânsia de demonstrar suas qualidades, especializações e trabalho efetivo na área de atuação, acabam por desrespeitar seus pacientes e demais colegas de profissão através de “selfies” ou fotografias sem fins acadêmicos durante procedimentos cirúrgicos.
Muitos desses casos de exposição desnecessária, ocorre ainda na formação universitária, estágios obrigatórios, residências médicas e inclusive na atuação profissional médica e odontológica.
Em locais onde deve existir postura profissional e de extremo cuidado com a higienização, uma vez que celulares estão suscetíveis a contaminar o ambiente cirúrgico, estudantes e profissionais da medicina e odontologia insistem em desrespeitar o seu Código de Ética com o intuito de obter um aparente sucesso profissional através de “likes” em redes sociais.
Tais atitudes, além de não agregarem em nada para a vida profissional, podem ocasionar grandes problemas ligados a sua atividade, bem como expor a intimidade do paciente, pois não possuem condão acadêmico, o que, por óbvio, demonstra violação do sigilo profissional.
Com isso, faz-se necessário observar sempre o respeito que o médico e odontólogo devem possuir com a sociedade e, inclusive, entre os próprios profissionais, pois situações como essas podem denegrir toda uma categoria.
Não observadas tais regras éticas, as consequências podem ser piores do que um processo administrativo nos Conselhos Regionais, podendo inclusive ser acionado o Poder Judiciário pelo próprio paciente.
Por isso, o bom senso e a valorização da profissão devem ser sempre colocados em primeiro plano. O bom profissional médico ou odontológico precisa valorizar a sua imagem e à da categoria e somente em estudos científicos essas exposições devem fazer parte do seu procedimento, porém, sem expor a identidade do paciente e fazendo sua publicação nos meios adequados para o público certo, com todos os cuidados e princípios éticos respeitados.
Ricardo Stival
Advogado em Curitiba/PR, Especialista e Palestrante em Direito Médico