Primeiramente, vale ressaltar que os cuidados paliativos prestados a doentes em situação de intenso sofrimento decorrente de doença incurável em fase avançada e rapidamente progressiva, tem como intuito, promover, tanto quanto possível e até ao fim, o bem-estar e a qualidade de vida destes pacientes.
Essa medicina apresenta cuidados ativos, coordenados e globais, que incluem componentes essenciais, como o alívio dos sintomas, o apoio psicológico, espiritual e emocional do doente, o apoio à família e o apoio durante o luto, o que implica o envolvimento de uma equipe interdisciplinar de estruturas diferenciadas.
Essas estruturas são representadas tanto no atendimento ambulatorial quanto domiciliar, por no mínimo, um médico, um assistente social e um psicólogo. O ideal é que se disponibilizem outros profissionais, como fisioterapeutas e nutricionistas. Enfermeiros também são fundamentais para os pacientes com prognóstico de morte, afinal, estes profissionais devem ter em mente que cuidar pressupõe preocupação, responsabilidade e envolvimento afetivo com o outro; ainda mais quando se torna perceptível que a vida do paciente, embora na fase terminal de sua experiência, tem importância para aquele que cuida.
No Brasil o conceito do tratamento paliativo é recente. Existem apenas 300 leitos disponíveis para esse tipo de cuidado no país. De acordo com os parâmetros mínimos estabelecidos pela Associação Europeia de Cuidados Paliativos, o Brasil precisa de 10 mil leitos, 1.500 médicos com formação especializada e 10 mil enfermeiros.
Sob a coordenação do Instituto Nacional de Câncer (INCA), em parceria com a Universidade de São Paulo (USP), tem por objetivo a criação da Rede Nacional de expansão de cuidados paliativos – não somente na região Sudeste, mas de forma a contemplar todo o país.